quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Afinal qual é o valor da palavra?

Actualmente o Português encontra-se como a quinta língua mais falada de todo mundo e estima-se que cerca de 240 milhões de pessoas utilizem regularmente a língua de Camões.
As antigas colónias portuguesas herdaram uma grande fatia cultural do nosso país e ainda hoje são inteiramente dependentes do seu uso. Falo em concreto da língua, que como é evidente moldou-se às diversas culturas onde foi implantada. Tudo isto deu origem a várias divergências linguísticas entre todos os países onde se fala o Português, estes que não poderiam virar a cara às mudanças realizadas na língua com o passar dos anos.
Logo após a implantação da República, em 1911 foi tomada uma profunda reforma ortográfica que mudou drasticamente o aspecto da língua escrita, tornando-se muito próxima do que constatamos na actualidade. Esta foi a primeira medida de simplificação da língua, que transformou palavras como "philosophia" e "rva" nas actuais "filosofia" e "rua". Todavia só em 1945 é que esta mudança entrou em lei, tornando-se assim o primeiro Acordo Ortográfico. O Brasil por seu lado assinou o Formulário Ortográfico de 1943 dando origem ao conhecido "Português do Brasil".

Nos dias que correm a maioria da população vive um pouco céptica em relação ao novo Acordo Ortográfico assinado em 1990. No início deste ano o Brasil já entrou em vigor com as novas regras ortográficas estabelecidas, enquanto Portugal tem a obrigação de as pôr em prática até final de 2012. Esta nova reforma vem com o intuito de unificar a Língua Portuguesa, de modo a aumentar o prestígio internacional, dando fim há existência de duas normas ortográficas. Segundo a análise ao impacto na língua, concluíram que no Brasil a mudança chega apenas a 0,45% mas em Portugal a diferença atinge a marca significativa de 1,6%. Algumas das alterações mais profundas vão desde a eliminação do "h" no início e no fim das palavras (Húmido/Úmido); As silabas surdas são por sua vez também retiradas das respectivas palavras (Acção/Ação), (Acto/Ato), (Adopção/Adoção) e (Baptismo/Batismo); O alfabeto também vai sofrer mudanças com a introdução de três novas letras ("K", "W" e "Y").

Todo este processo já deu origem a bastante polémica, onde certas personalidades manifestaram o seu desagrado, argumentando-se que as dificuldades de compreensão são mais relevantes na língua oral, sobre as quais o Acordo não pretende ter qualquer influência. Os mais patriotas acham que Portugal ao se submeter a este Acordo está a pôr de parte o seu orgulho e a sua cultura por causa da supremacia de população do Brasil (180 Milhões de habitantes). Em contrapartida há quem defenda que tudo isto se trata do progresso da língua e que devemos levar com normalidade, pois também irá trazer benefícios no âmbito das ligações comerciais e políticas entre os países de Língua Portuguesa.

Não me pretendo enganar, Acordo Ortográfico.


Aproveito para pedir desculpa por não ter publicado nada a semana passada mas andei ocupado com assuntos escolares. Em relação à ultima sondagem realizada "José Sócrates está inocente no caso Freeport?", o "Não" com 12 votos obteve 60% contra os 8 votos do "Sim" que deram origem a 40%.

Já abriu uma nova sondagem, e faço desde já o convite para votar no novo tema.

Cumprimentos
André Alves

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Obama o Mártir?

No passado dia 20 de Janeiro de 2009, Barack Obama tomou posse do cargo mais influente e responsável do mundo. O democrata ganhara as eleições fundamentando-se numa mensagem de esperança para os americanos e para o resto do mundo, que estavam desgastados com o trabalho do seu antecedente, George W Bush.
O novo presidente dos Estados Unidos da América durante a sua caminhada para a presidência, mencionou várias medidas profundas que iria colocar em prática se chegasse ao poder. Muitas das suas propostas são claramente contraditórias à política praticada na terra das oportunidades. Falo do Protocolo de Quioto, o qual não foi assinado por George W Bush, defendendo que a criação de alternativas que reduziriam a emissão de gases promotores do efeito de estufa, iria causar consequências gravíssimas na economia americana. Partindo do princípio que a América é regida pelas empresas, Obama se conseguir ir para a frente com a sua preocupação ambiental, não será seguramente acarinhado pelos grandes investidores do seu país, que logicamente não querem ver seus lucros reduzidos.
A Prisão de Guantánamo, que por sua vez foi alvo de duras críticas por parte de governos como de organizações humanitárias internacionais, prevê-se o seu encerramento no prazo máximo de um ano. Esta foi a primeira ordem de Obama quando adquiriu o poder executivo. Desde Janeiro de 2002 esta prisão recebeu 775 prisioneiros que eram acusados de ligação a grupos Taliban e Al-Quaeda. Segundo a Cruz Vermelha Internacional, muitos penitenciários para além de não terem direito a um julgamento, foram vítimas de tortura em desrespeito aos direitos humanos e à Convenção de Genebra.

As intenções de Obama aparentam ser as mais sinceras e nota-se evidentemente o intuito de limpar a imagem da América egoísta e arrogante. Num país em que nomes como Martin Luther King e John Fitzgerald Kennedy, tentaram lutar pela união dos povos num século de enormes mudanças e acabaram assassinados, Obama surge no sec.XXI como grande admirador destas personalidades que ficaram na história. Neste novo século, todos têm a noção das consequências que causaram as divergências do passado, os problemas porém podem ser outros mas a ganância de muitos continua igual.
As expectativas sobre este novo ciclo são muito altas, a pressão sobre o novo presidente é enorme. Será que Obama vai continuar a alimentar a esperança dos Estados Unidos e de todo o mundo para uma paz e tranquilidade global? Ou por outro lado, não irá aguentar o ambiente capitalista e será controlado pelos verdadeiros Manda-Chuva, contentando-se apenas pela conquista de ser o primeiro presidente afro-americano dos E.U.A.?

Não nos enganes, Barack Obama.