terça-feira, 7 de abril de 2009

Coreia (sem) Norte

No passado dia 5 de Abril, Barack Obama discursou em Praga apelando ao desarmamento nuclear mas "ironicamente" horas antes a Coreia do Norte se manifestou com o lançamento de um foguetão Taepondong-2, desta forma criando um ambiente de intranquilidade motivado pela quebra consciente da resolução de 2006 da ONU, esta, que proíbe fazer ensaios nucleares ou de misseis balísticos.
Kim Jong-il já tivera ameaçado o lançamento de um míssil quando o exército americano e o japonês se encontrava a realizar exercícios navais e aéreos ao redor do Japão, originando uma enorme tensão no território nipónico, pois a trajectória do projéctil passaria pelo seu respectivo espaço aéreo. Exactamente foi isso que aconteceu durante 7 segundos após o lançamento de Taepondong-2 que mais tarde se iria despenhar no Oceano Pacífico a 3200 km do seu ponto de partida.

Neste acto que aparentemente não envolveu consequências materiais ou humanas, o líder Norte Coreano continua a desafiar as entidades mundiais com as suas atitudes irreflectidas de um ditador que mantém uma população encarcerada sem um mínimo de consciência do mundo fora das suas fronteiras. Creio que o que se constata dentro do seu Estado é o melhor exemplo vivo do que George Orwell idealizou no seu místico livro 1984. Reforço esta minha ideia baseando-me no pseudo-satélite lançado no passado domingo pela Coreia do Norte, que vem teimando em comunicar que este se encontra em órbita a difundir "canções imortais patrióticas". Nada impede que Kim Jong-il se lance na exploração espacial, mas vários especialistas afirmam que não se encontra nada em órbita, enquanto o seu povo sem a informação real vai ingenuamente ceder ao comunicado do seu "Querido Líder". Líder que realmente não se sabe se ainda está no poder, retirado ou enterrado.

Quem saberá?

Não me enganas/enganaste, Kim Jong-il.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Afinal qual é o valor da palavra?

Actualmente o Português encontra-se como a quinta língua mais falada de todo mundo e estima-se que cerca de 240 milhões de pessoas utilizem regularmente a língua de Camões.
As antigas colónias portuguesas herdaram uma grande fatia cultural do nosso país e ainda hoje são inteiramente dependentes do seu uso. Falo em concreto da língua, que como é evidente moldou-se às diversas culturas onde foi implantada. Tudo isto deu origem a várias divergências linguísticas entre todos os países onde se fala o Português, estes que não poderiam virar a cara às mudanças realizadas na língua com o passar dos anos.
Logo após a implantação da República, em 1911 foi tomada uma profunda reforma ortográfica que mudou drasticamente o aspecto da língua escrita, tornando-se muito próxima do que constatamos na actualidade. Esta foi a primeira medida de simplificação da língua, que transformou palavras como "philosophia" e "rva" nas actuais "filosofia" e "rua". Todavia só em 1945 é que esta mudança entrou em lei, tornando-se assim o primeiro Acordo Ortográfico. O Brasil por seu lado assinou o Formulário Ortográfico de 1943 dando origem ao conhecido "Português do Brasil".

Nos dias que correm a maioria da população vive um pouco céptica em relação ao novo Acordo Ortográfico assinado em 1990. No início deste ano o Brasil já entrou em vigor com as novas regras ortográficas estabelecidas, enquanto Portugal tem a obrigação de as pôr em prática até final de 2012. Esta nova reforma vem com o intuito de unificar a Língua Portuguesa, de modo a aumentar o prestígio internacional, dando fim há existência de duas normas ortográficas. Segundo a análise ao impacto na língua, concluíram que no Brasil a mudança chega apenas a 0,45% mas em Portugal a diferença atinge a marca significativa de 1,6%. Algumas das alterações mais profundas vão desde a eliminação do "h" no início e no fim das palavras (Húmido/Úmido); As silabas surdas são por sua vez também retiradas das respectivas palavras (Acção/Ação), (Acto/Ato), (Adopção/Adoção) e (Baptismo/Batismo); O alfabeto também vai sofrer mudanças com a introdução de três novas letras ("K", "W" e "Y").

Todo este processo já deu origem a bastante polémica, onde certas personalidades manifestaram o seu desagrado, argumentando-se que as dificuldades de compreensão são mais relevantes na língua oral, sobre as quais o Acordo não pretende ter qualquer influência. Os mais patriotas acham que Portugal ao se submeter a este Acordo está a pôr de parte o seu orgulho e a sua cultura por causa da supremacia de população do Brasil (180 Milhões de habitantes). Em contrapartida há quem defenda que tudo isto se trata do progresso da língua e que devemos levar com normalidade, pois também irá trazer benefícios no âmbito das ligações comerciais e políticas entre os países de Língua Portuguesa.

Não me pretendo enganar, Acordo Ortográfico.


Aproveito para pedir desculpa por não ter publicado nada a semana passada mas andei ocupado com assuntos escolares. Em relação à ultima sondagem realizada "José Sócrates está inocente no caso Freeport?", o "Não" com 12 votos obteve 60% contra os 8 votos do "Sim" que deram origem a 40%.

Já abriu uma nova sondagem, e faço desde já o convite para votar no novo tema.

Cumprimentos
André Alves

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Obama o Mártir?

No passado dia 20 de Janeiro de 2009, Barack Obama tomou posse do cargo mais influente e responsável do mundo. O democrata ganhara as eleições fundamentando-se numa mensagem de esperança para os americanos e para o resto do mundo, que estavam desgastados com o trabalho do seu antecedente, George W Bush.
O novo presidente dos Estados Unidos da América durante a sua caminhada para a presidência, mencionou várias medidas profundas que iria colocar em prática se chegasse ao poder. Muitas das suas propostas são claramente contraditórias à política praticada na terra das oportunidades. Falo do Protocolo de Quioto, o qual não foi assinado por George W Bush, defendendo que a criação de alternativas que reduziriam a emissão de gases promotores do efeito de estufa, iria causar consequências gravíssimas na economia americana. Partindo do princípio que a América é regida pelas empresas, Obama se conseguir ir para a frente com a sua preocupação ambiental, não será seguramente acarinhado pelos grandes investidores do seu país, que logicamente não querem ver seus lucros reduzidos.
A Prisão de Guantánamo, que por sua vez foi alvo de duras críticas por parte de governos como de organizações humanitárias internacionais, prevê-se o seu encerramento no prazo máximo de um ano. Esta foi a primeira ordem de Obama quando adquiriu o poder executivo. Desde Janeiro de 2002 esta prisão recebeu 775 prisioneiros que eram acusados de ligação a grupos Taliban e Al-Quaeda. Segundo a Cruz Vermelha Internacional, muitos penitenciários para além de não terem direito a um julgamento, foram vítimas de tortura em desrespeito aos direitos humanos e à Convenção de Genebra.

As intenções de Obama aparentam ser as mais sinceras e nota-se evidentemente o intuito de limpar a imagem da América egoísta e arrogante. Num país em que nomes como Martin Luther King e John Fitzgerald Kennedy, tentaram lutar pela união dos povos num século de enormes mudanças e acabaram assassinados, Obama surge no sec.XXI como grande admirador destas personalidades que ficaram na história. Neste novo século, todos têm a noção das consequências que causaram as divergências do passado, os problemas porém podem ser outros mas a ganância de muitos continua igual.
As expectativas sobre este novo ciclo são muito altas, a pressão sobre o novo presidente é enorme. Será que Obama vai continuar a alimentar a esperança dos Estados Unidos e de todo o mundo para uma paz e tranquilidade global? Ou por outro lado, não irá aguentar o ambiente capitalista e será controlado pelos verdadeiros Manda-Chuva, contentando-se apenas pela conquista de ser o primeiro presidente afro-americano dos E.U.A.?

Não nos enganes, Barack Obama.


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ministro das Facilidades

Todos nós já enfrentámos as dificuldades burocráticas do nosso país, muitos dos nossos problemas de simples resolução por vezes aparentam ser grandes quebra-cabeças para determinadas instituições. Aparentemente a lei impõe diversas barreiras que complicam e atrasam certos processos, mas por outro lado existem outros factores que não estão ao acesso de todos, que permitem influenciar e facilitar o que por vezes parece constitucionalmente impossível de obter.
Posso legitimamente constatar que o nosso Primeiro Ministro é um simpatizante desta política. Visto que nos últimos tempos nos tem conquistado com referendos e Magalhães, que por sua vez foram claramente muito influentes para desembaralhar certos impasses do nosso quotidiano. Ele próprio é um óptimo exemplo quando nos adverte com os seus métodos práticos, frequentados na Universidade Independente ou no seu antigo Ministério do Ambiente. Uma clara lição de como tudo pode ter uma solução simples sem demoras. Será que nos pretende dizer que Portugal pode ultrapassar as suas lacunas, quebrando os princípios éticos de forma a obter resultados mais rápidos e eficazes?
Bem, penso que vou ter tempo para reflectir nisso quando estiver sentado para ser atendido num hospital ou enquanto aguardar alguma decisão do tribunal.

Não me enganas, José Sócrates.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Formalidades Habituais

Boas, o meu nome é André Alves, sou estudante de jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e é um prazer apresentar este meu novo projecto.
Fundamentalmente este é um blog generalista de opinião, onde serão abordados vários temas da actualidade através de uma visão pessoal e crítica.
Este espaço é dedicado a todos os que procuram a transparência dos factos, partilhando a sua subjectividade de uma forma justa e coerente. Desde já o convido a participar e acompanhar os assuntos expostos neste projecto, deixando o seu comentário para que possamos desfrutar de um diálogo interessante e produtivo.

Espero que gostem.
Cumprimentos